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MARGARIDA DRUMOND

( BRASIL – DISTRITO FEDERAL )

Margarida Drumond de Assis. Sou mineira, de Timóteo - MG, radicada em Brasília há 27 anos; filha de Manuel Assis Bowen e de Margarida Drumond Bowen; mãe de Gelmar (esp. Eliana), Juliano (netinha Gabrielly, filha de Jacqueline) e Allan. Escritora, sou romancista, poetisa, cronista, ensaísta, historiadora, roteirista, trovadora, dramaturga e diretora de teatro.

Agraciada com tantos gêneros literários, ainda me alegro ao acrescentar ser fotógrafa. Constam as exposições: “Campo e Cidade”; “Brasília: vida e arte”; “Belo e Divino” e “Portal de emoções”.
Profissionalmente, sou professora aposentada de Língua e Comunicação, jornalista, assessora de literatura e revisora. Em 2012, completaram-se trinta anos de trabalho nas áreas de Educação e Comunicação, principalmente, atuando nos últimos vinte anos nas Faculdades Alvorada, UNICESP, AEUDF e Universidade Católica de Brasília – UCB, nesta última por mais de dez anos; e no meio jornalístico, aqui em Brasília, trabalhei na Rádio Capital; jornal A Gazeta e no Jornal Satélite.

ANUÁRIO DA POESIA BRASILEIRA 1995.  Organizador : Laís Costa Velho.  Rio de Janeiro: CODPOE – Cooperativa de Poetas e Escritores, 1995.  116 p.                     Ex. bibl. Antonio Miranda

      
CANTIGAS DE UMA DANÇARINA

Por repetidas vezes
dançamos bem juntinhos
e em vários meses
recebi seus carinhos.

O tempo foi passando
em você sempre pensei
então descobri, gostando,
viver sem você não sei.

Desejo tê-lo comigo
mesmo um dia distante
o que parece um perigo
ao coração palpitante.

É verdade, sentirei
uma saudade sem fim,
só em você pensarei
até que um dia diga sim.



AMANDO SÓ VOCÊ

Embora haja pouca chance
de nossas vidas unidas
um dia, poderem estar;
continuo pensando
que só a você
verdadeiramente vou amar.

DRUMOND DE ASSIS, Margarida.    ALÉM DOS VERSOS.  2ª. Edição ampliada.  Capa: Brasília: Pery, 2005.   104 p.  ilus.   ISBN 85-901429-1-4    No. 10 095
Exemplar da biblioteca de Antonio Miranda, doação do amigo (livreiro) Brito, em outubro de 2024.

SÓ SOLIDÃO

Ficar sem você é como estar em solidão
pois mesmo tendo e vendo tudo
ainda só me encontro.

Tudo eu gostaria de sentir
e com você ao meu lado poder sorrir
cantar e viver em harmonia
chutando de vez a solidão.

E descartando a solidão tamanha
que sempre me acompanhou
queria estar em paz com a vida
pra melhor poder viver.  


À PROCURA DE MIM 

  Dia desses deparei
com uma indagação
que saiu em alta voz.
“—Margarida quem é você?”   
E uma voz respondeu-me apenas:
“—Esta é Margarida!”
Pensativa e fitando o nada
saí andando pelas ruas
repletas de tudo, mas nada eu via;
andei, vaguei, tropecei, quase caí,
e então a voz proferiu:
“—esta é Margarida!”
Indiferente, continuei andando,
vagando à procura de mim,
mas nada encontrei
e, então, comecei a voltar
para o lugar por onde andei
e lá encontrei o que ficara de mim
num papel molhado e, nele,
os restícios de algo escrito
e que fora dito
pela mesma voz que dissera
ser esta a Margarida.     


REGRESSO

De volta ao canto nosso
da vontade de correr até você,
sei, porém, que fazer isso não posso,
você, de nós dois, nada espera,
não compreendo o porquê.
O nosso gostar é imensurável,
ambos sabemos — e nisso cremos —
mas o que é até admirável
é que mesmo assim não nos vemos.

De regresso ao palco das primeiras emoções
quero crer a felicidade estar buscando
e ao rever as lembranças todas,
chegue mais paz a este coração.

ALGUMAS TROVAS

Se de fato o amor existe
por que esta sua tristeza,
bem sabe, ele resiste
contra toda malvadeza.

*

A vontade é de sumir
e lá pro espaço voar
é bem difícil assumir
a você não posso amar.

*

Sentir de novo, pra quê?
Isto basta uma vez,
e não faz sentido que
viva sempre no talvez.

*

*
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